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A urgência do agora

Dalai Lama ensina que só existem dois dias no ano em que nada pode ser feito. Um se chama ontem e o outro se chama amanhã. Portanto hoje é o dia certo para amar, acreditar, fazer e viver. O alerta que o líder espiritual do Tibete nos oferece tem a ver com a urgência do agora. A urgência de viver, refletir, formular e agir.

Sim, o agora é exigente. Ele nos nos tira da zona de conforto e nos cobra ações para incidir sobre a emergência climática e sobre a crise social que se agrava em paralelo, estimuladas por um sistema baseado no patriarcado, na opressão de classe, na concorrência impiedosa, no desemprego crônico, no racismo estrutural, em brutais exigências de rentabilidade, na apagamento e marginalização dos povos originários, na desigualdade social, no consumismo alienante, na corrida atrás do lucro rápido, fatores que são, juntos ou separados, destruidores do meio ambiente e da vida.

O agora desafia toda a sociedade a repensar o modelo produtivo, a abolir as fronteiras entre cultura e desenvolvimento econômico, entre economia, sustentabilidade e identidade cultural, porque não há desenvolvimento possível se não for respeitando o planeta, as pessoas e seus saberes e protegendo a vida que habita a Terra que herdamos.

Conduzido pelo capital volátil, predador e especulativo, o debate sobre desenvolvimento descolou-se da vida cotidiana das pessoas e comunidades, remetendo-as para lugares onde vida, territorialidade e tradições não têm lugar. Tornar central a agenda da crise climática e derrubar os muros para encurtar distâncias entre desenvolvimento, sustentabilidade e cultura, são os grandes desafios contemporâneos.

Este espaço nasceu justamente para estimular o diálogo crítico e sublinhar linhas de força e de pensamento convergentes em torno de um conceito de desenvolvimento que inclua as pessoas, seus saberes e fazeres e toda a comunidade dos seres vivos.

Temos um mundo a ganhar. Não há tempo a perder.

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